19/10/2014

28 dias -Capítulo 2 -"Nunca pensei em me drogar"


-Boa noite, Liam! Sou (Seunome), estou fazendo um trabalho de português, temos que conversar por vinte oito dias. Espero que não se importe.
Como vai você? Gostaria de saber sobre seus dias até aqui ou somente seu cronograma, se puder. Por favor me responda, (Seunome). -enrolei a carta como um pergaminho, quem sabe não chame logo sua atenção. A carta está um droga, quem sabe ele se identifique. (risos), amanhã de manhã passarei no Correio.
         
    Acordei com o sol invadindo meu quarto através das persianas meio abertas, respirei fundo, no despertador já era sete e meia. Peguei a carta e pus ao lado do meu tênis para que eu não esquecesse.
Peguei meu uniforme (onde estudava tinha que usar uniforme, ordens comuns de alguns lugares daqui na Inglaterra).
  -Bom dia, papai! Mamãe já foi? -negou virando a página de seu jornal. -Vou sem tomar café hoje, pode? -me encarou ajeitando seu óculos.
  -Só hoje. -alertou. -Quando sair do colégio, eu que vou te buscar. A gente vai ao aeroporto encontrar com seu irmão.
  -Ele chega hoje? -respirei cansada.
  -Gosto assim filha! Animada com a chegada do seu irmão! -rimos.
  -Papai, estou morrendo de saudades dele mas é muito chato, reclamão e preguiçoso. -cruzei os braços.
  -Ele deve ter amadurecido lá na Austrália. -falou, calmo, concordei, pus o tênis e peguei o pergaminho.
  -Eu te amo. Beijos! -dei um beijo em seu rosto.
    Antes de ir a escola, como prometido, fui ao Correio e disseram que em duas horas  carta estaria com o "moço" (assim se referiram). Hoje me deu na telha de ir por outro caminho, eu estava bem adiantada, ir pelo caminho mais longo não faria mau algum.
Era a primeira e última vez que eu passaria por esse caminho. Deserto e meio sombrio, horroroso! A única coisa que havia nessa rua "oculta" era um restaurante vazio mas bem iluminado. Era um restaurante holandês, passei reto dali. Vai ver a rua não tinha movimento porque é de manhãzinha ainda.
  -Senhorita Menegaro! -olhei pro lado vendo minha professora de inglês parando o carro ao meu lado.
  -Professora?  -ela franziu a sobrancelha.
  -O que faz aqui a essa hora?-cerrei os olhos.
  -Vim pelo caminho mais longo, saí mais cedo de casa. -sorri fraco.
  -Entra aqui, por favor! -neguei. -Estou pedindo amigavelmente. -concordei com desdém. -Me diga a verdade. -começou a andar com o carro.
  -O que?
  -(Seunome), está vendendo drogas? -arregalei os olhos
  -O que?! Como você pode duvidar de mim? Eu tenho cara que vou vender drogas por aí? -me exaltei
  -Abaixa o tom de voz porque ainda sou sua professora.
  -Você é minha professora quando eu estou no colégio. -retruquei.
  -Porque meus ex-alunos só ficam por esta rua. E eles não são bem vistos. -me olhou de relance e voltou a prestar atenção na rua.
  -Professora, eu nunca pensei em me drogar. -disse, calmamente.
  -Tudo bem... Confio em você. Chegamos. -nem havia notado, agradeci pela carona e entrei rapidamente para dentro do colégio.

2 comentários:

  1. continua
    to adorando a nova short
    tá perfeita
    xXx yasmin xXx

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    1. Obrigadaaaaaaaa! Muito bom ler isso, hj mais tarde eu continuo :)

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